Varejo alimentar brasileiro cai em unidades, mas fatura mais

O varejo alimentar brasileiro fechou o mês de maio de 2025 com queda de 2,9% nas vendas em unidades, segundo dados da pesquisa Radar Scanntech, divulgada nesta quinta-feira (5). A retração atingiu especialmente categorias básicas como arroz, feijão, água e sabonete.

Essa redução, no entanto, é explicada por uma base de comparação elevada em 2024, ano marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul que impulsionaram as vendas naquele período.

Faturamento sobe mesmo com menor volume vendido

Apesar da queda no volume de unidades, o varejo alimentar brasileiro registrou avanço de 4,8% no faturamento em maio, impulsionado por um aumento de 7,7% no preço médio por unidade.

No acumulado de janeiro a maio, o setor apresenta crescimento de 6,1% em faturamento, mesmo com queda de 1% nas unidades vendidas. O cenário segue marcado por volatilidade, refletindo os efeitos do calendário e fatores econômicos.

Em maio, por exemplo, houve leve crescimento em unidades em relação a abril, mesmo com a diferença de eventos sazonais — abril teve a Páscoa, enquanto maio foi impulsionado pelo Dia das Mães. “O consumo segue demonstrando resiliência, ainda que limitado por fatores como o endividamento das famílias”, aponta o relatório da Scanntech.

Confiança do consumidor e renda em alta trazem otimismo

Apesar dos desafios, o estudo da Scanntech também aponta fatores positivos no horizonte:

• Aumento da renda média
• Queda do desemprego
• Melhora na confiança do consumidor

Esses indicadores são fundamentais para sustentar o desempenho do setor nos próximos meses.

Desempenho regional: Sul desacelera, Centro-Oeste lidera
As variações regionais reforçam os impactos da base inflada de 2024. A região Sul, mais afetada pelas enchentes no ano passado, teve a maior queda em unidades vendidas (-4,2%) e o menor crescimento de faturamento (+1,9%).

Em contrapartida, o Centro-Oeste (+7,2%) e o Nordeste (+5,8%) lideraram os avanços em faturamento, mesmo com queda no volume de unidades.

Canais de venda e cestas: destaque para perecíveis
Nos canais de venda, os atacarejos regionais foram os mais impactados, com retração de 4,4% nas unidades e crescimento modesto de 2,4% no faturamento.

Entre as cestas de produtos analisadas, os perecíveis se destacaram como a única categoria com crescimento em unidades:

• +1,1% na comparação mensal
• +1,6% no acumulado do ano

Já a mercearia básica apresentou forte alta de preços:

• +7,6% em maio
• +7,2% no acumulado de janeiro a maio

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Radar Scanntech

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