Queda no consumo de carne bovina no Brasil: entenda o cenário

A queda no consumo de carne bovina no Brasil tem chamado atenção mesmo em um cenário de preços mais baixos. Uma análise inédita da Scanntech revela que, apesar da redução no valor das carnes bovina e suína no início de 2025, o consumidor não está comprando mais. Pelo contrário: os dados apontam uma retração clara nas escolhas do brasileiro à mesa.

O que dizem os dados

Nos primeiros quatro meses de 2025, as vendas de carnes bovina e suína caíram 7,9% em volume, enquanto os preços médios recuaram 8,9%. Ou seja, mesmo com os produtos mais baratos, o consumo não reagiu.

Já os ovos ganharam mais espaço na mesa do brasileiro: crescimento de 5,5% nas vendas, mesmo com um aumento de 11,7% no preço por quilo. Isso reforça uma tendência de substituição de carnes mais caras por fontes de proteína mais acessíveis.

Cesta de FLV impulsiona vendas no varejo

O estudo também analisou o desempenho da cesta de frutas, legumes e verduras (FLV) no mesmo período, que registrou alta de 6,4% nas vendas em volume nos canais de supermercados e atacarejos regionais.

Destaques:

• Legumes foram os grandes protagonistas, com queda de 25% no preço médio e aumento de 10,8% nas vendas;
• Batata (-41,9%) e cebola (-48%) puxaram a retração nos preços;
• Entre as verduras, acelga e repolho também tiveram destaque, com queda de 27,6% nos preços;
• As frutas subiram 1,1% nos preços com crescimento de 3,4% nas vendas.

Queda no consumo de carne e comportamento do consumidor

Essa mudança na cesta de compras reflete tanto o comportamento cauteloso do consumidor quanto novas prioridades alimentares. O aumento no consumo de ovos e FLV pode apontar para uma busca por refeições mais econômicas, práticas e saudáveis.

A queda no consumo de carne bovina no Brasil, mesmo com redução de preços, reforça o papel dos dados no entendimento da dinâmica do varejo e como esse entendimento pode orientar ações mais assertivas em toda a cadeia.

Na Scanntech, conectamos mais de 55 mil pontos de venda e analisamos 13,5 bilhões de tickets por ano. Isso nos permite oferecer uma leitura precisa do comportamento de compra, essencial para indústrias e varejistas que querem se manter relevantes e competitivos.

Notícia completa em O Globo.