
Desaceleração do varejo alimentar em novembro
A Desaceleração do varejo alimentar em novembro marcou um ponto relevante de leitura para o setor em 2025. O mês registrou crescimento de +1% no faturamento, desempenho abaixo da inflação acumulada em 12 meses (4,5%) e o mais moderado do ano até aqui.
De acordo com nosso Radar de novembro, esse movimento reflete a combinação entre menor intensidade no repasse de preços, retração nas unidades vendidas e mudanças no comportamento do consumidor, indicando um cenário de ajuste no ritmo de consumo ao longo do segundo semestre.
Desaceleração do varejo alimentar em novembro e o comportamento do consumo
A retração de –2,9% nas unidades vendidas ocorreu mesmo com aumento nas unidades por ticket, sendo fortemente influenciada pela queda de –3,9% no fluxo de consumidores nas lojas. Esse movimento foi mais intenso do que o observado no acumulado de janeiro a novembro, sinalizando uma redução na frequência de compra.
O menor repasse de preços também teve papel central nesse desempenho. O preço médio por unidade avançou apenas +4%, o menor patamar de 2025, limitando o crescimento do faturamento em um contexto no qual meses anteriores apresentaram quedas ainda mais expressivas no volume vendido.
Mercearia Básica e Perecíveis na dinâmica de novembro
Entre os grupos que mais influenciaram o desempenho do mês, destacam-se dois movimentos relevantes:
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Mercearia Básica: queda de –3,5% nos preços, acompanhada de recuo de –1,6% nas unidades vendidas
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Perecíveis: desaceleração relevante, passando de +4,7% em outubro para +1,4% em novembro
Mesmo com preços mais baixos em itens essenciais, o consumo manteve um comportamento mais cauteloso, reforçando um cenário de maior seletividade por parte do shopper.
Itens básicos perdem espaço no carrinho
Dentro desse cenário, alguns itens tradicionais da alimentação do brasileiro apresentaram ajustes tanto em preços quanto em vendas:
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Arroz: queda de –34,5% nos preços e recuo de –1,7% nas vendas
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Feijão: redução de –13,1% nos preços e de –3,9% nas vendas
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Açúcar: retração de –8,7% nos preços e de –5,9% nas vendas
Veja também a matéria publicasa na SA Varejo.
Perecíveis crescem em valor, mas perdem ritmo
Apesar do crescimento de +3,7% no faturamento, a cesta de perecíveis apresentou um ritmo mais tímido em novembro, influenciado principalmente pela queda de preços em categorias como:
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Legumes (–10,9%)
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Queijos (–8,9%)
Entre as proteínas, o comportamento foi distinto: os bovinos tiveram alta de +6,6% nos preços, enquanto o frango in natura avançou +3,4%, indicando recomposição de preços nesse grupo.
Mudanças no comportamento do shopper ganham força
Segundo Felipe Passarelli, nosso Head de Inteligência de Mercado:
“Em 2025, o varejo brasileiro passou a conviver com uma desaceleração do consumo em unidades, tornando a jornada de compra mais intencional, seletiva e menos previsível. Esse contexto impulsionou mudanças no comportamento do shopper que tendem a se consolidar em 2026.”
Desaceleração do varejo alimentar em novembro por canal
Ao longo do acumulado do ano, os diferentes canais passaram a apresentar dinâmicas distintas de desempenho.
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Supermercados cresceram +5,7% em faturamento, com leve retração de –0,9% em unidades
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Atacarejo avançou +3,4% em faturamento, mas apresentou queda mais acentuada de –2,9% nas unidades vendidas
No recorte específico de novembro, o atacarejo foi o único formato a combinar retração tanto em faturamento (–1,4%) quanto em unidades (–4,9%).
Desempenho regional em novembro de 2025
No recorte regional, o mês foi marcado por retração de volume em todas as regiões, com maior intensidade em:
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Norte (–4,9%)
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Sudeste – RJ, ES e MG (–4%)
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São Paulo (–3%)
O que a desaceleração do varejo alimentar em novembro sinaliza
Os dados reforçam um cenário de ajuste no ritmo do consumo, com menor frequência de compra, maior seletividade e impacto mais limitado dos repasses de preços sobre o faturamento.
Mais do que um movimento pontual, a desaceleração do varejo alimentar em novembro ajuda a explicar transformações importantes na jornada do shopper e antecipa tendências que devem seguir influenciando o setor ao longo de 2026.
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