
O consumo desacelera no varejo: impactos de outubro de 2025
O consumo desacelera no varejo em outubro de 2025, com alta de 1,3% no faturamento e retração de 3,6% em unidades na comparação com o mesmo período do ano anterior. Pelo terceiro mês seguido, o setor foi influenciado por dois fatores combinados: o clima mais ameno e a redução do consumo de categorias indulgentes, que afetaram o fluxo, o volume e o ritmo das cestas no varejo alimentar.
Quando o consumo desacelera no varejo por causa do clima
Diferentemente de 2024, marcado por calor intenso e prolongado, 2025 teve temperaturas mais baixas em diversas regiões.
Com isso, caiu a demanda de itens historicamente ligados ao clima quente, como:
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sorvetes
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bebidas refrescantes
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protetor solar
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sabonetes
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produtos sazonais sensíveis à temperatura
Somadas às categorias indulgentes (chocolates, biscoitos, balas, pirulitos e snacks), essas linhas responderam por mais de 85% da retração em unidades no mês.
Bebidas seguem puxando a queda
A cesta de Bebidas voltou a ter forte impacto negativo:
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–9,3% em unidades
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–2% em faturamento vs. outubro/24
As bebidas alcoólicas representaram mais de 37% da retração, enquanto as não alcoólicas responderam por quase 18%.
Crise do metanol intensifica perdas
Na Região Metropolitana de São Paulo, o efeito foi ainda mais forte: na última semana de outubro, categorias como gin, vodka e whisky chegaram a cair até 40% em unidades vs. 2024.
O conjunto dos destilados recuou 15,3% no período.
Indulgência retraindo, saudabilidade avançando
Categorias indulgentes, biscoitos, chocolates, snacks, balas e pirulitos, contribuíram com quase 20% da queda total do varejo em unidades.
O movimento reforça duas dinâmicas estruturais:
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menor apetite por indulgência alimentar
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crescimento de produtos ligados à saudabilidade
Mesmo dentro das indulgências, crescem itens premium, reforçando o comportamento “menos quantidade, melhor qualidade”.
Nem tudo caiu: Lácteos mostraram reação
A cesta de Lácteos registrou redução mais acentuada de preços, impulsionando o consumo, especialmente de itens discricionários.
No mês, Lácteos representaram cerca de 20% da contribuição positiva em unidades.
Quando o consumo desacelera no varejo, supermercados são mais resilientes
Na análise por canal:
Supermercados
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–3,1% em unidades
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+2,5% em faturamento
→ Mostram melhor performance mesmo em ambiente de retração.
Atacarejos
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–4,3% em unidades
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–1% em faturamento
→ Sentem mais a queda de bebidas e a menor presença de pequenos comerciantes e ambulantes.
Veja a análise da SA+ Varejo aqui.
Regiões onde o consumo desacelera no varejo
Todas as regiões registraram queda em unidades em outubro, mas com comportamentos distintos.
O Norte teve o pior resultado, com retração de –6,4%, impactado principalmente pela queda nas categorias de bebidas — especialmente cerveja, sucos e refrigerantes.
Além disso, foi a única região com queda em faturamento, recuando –2,1%, acumulando o segundo mês consecutivo de desempenho negativo.
No Sul, a retração chegou a –4,3%, influenciada principalmente por cerveja, chocolates e biscoitos — categorias sensíveis ao clima mais frio e à menor procura por indulgência.
O Sudeste também desacelerou, pressionado pelo recuo das categorias ligadas ao calor e ao consumo por prazer, reforçando o padrão nacional: regiões dependentes de bebidas e indulgência sentem mais o efeito das temperaturas amenas.
Impacto regional: Círio de Nazaré impulsiona consumo em Belém
Em Belém, outubro foi fortemente influenciado pelo Círio de Nazaré, realizado em 12 de outubro.
A festividade impulsionou categorias associadas à festividade e às receitas típicas da culinária paraense, como:
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Maniçoba
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Pato ou Frango no Tucupi
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Arroz Paraense
Esses itens foram os principais motores de crescimento em unidades na Região Metropolitana da capital, mostrando como tradições culturais podem elevar o consumo mesmo em um mês de retração nacional.
Carnaval mostra força e dinamiza o consumo rumo a 2026
A Cesta de Carnaval apresentou crescimento expressivo em unidades em relação ao ano anterior e resultado positivo também na comparação mensal, consolidando-se como uma das datas mais relevantes para o varejo alimentar.
Nas compras pré-Carnaval:
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Supermercados lideraram em crescimento de valor;
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Atacarejos avançaram mais em volume, impulsionados por preços competitivos e compras de abastecimento.
O efeito variou entre regiões:
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Sul, Sudeste e Centro-Oeste: crescimento impulsionado pelo aumento real de volume.
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Norte e Nordeste: avanço sustentado principalmente pelo reajuste de preços.
O Carnaval reforça seu papel como motor de vendas, capaz de aquecer o setor mesmo com o consumo desacelera no varejo em outros períodos.
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